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O polêmico, amado e odiado: É Assim Que Acaba de Coleen Hoover

Lu Days e Fran Borges


Colleen Hoover escreveu um livro que uma parcela dos leitores pode se identificar e até descobrir coisas sobre seus relacionamentos. É um livro que chega longe e fura bolha, mas é bom?

Blake Lively Lily É assim que acaba

Sinopse: Em É assim que acaba, Colleen Hoover nos apresenta Lily, uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela. Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?


 

Colleen Hoover é muito boa na hora de criar as situações pontuais do livro. Como os diálogos informativos de Lily e Atlas. Ou a genial conversa entre Lily e sua mãe. Mas perde muito a mão na hora de caracterizar seus personagens. Riley, por exemplo, não tem nada que o defina além de ser médico.


Os personagens secundários são ainda mais carentes de personalidade. Ao todo, É assim que acaba é um livro com um tema muito importante, mas escrito de forma bem simplista. Chega mais rápido nas mãos de pessoas que não tem o costume da leitura, mas deveria soar, pelo menos, estranho pra quem está acostumado a ler muito.


É importante destacar que uma parcela dos leitores pode se identificar com a temática do livro e até descobrir coisas sobre seus relacionamentos por causa da história. É um livro que chega longe e fura bolha, mas não é um livro bom e responsável.



É sempre aquela história, ele trata de um tema importante e é acessível, porém existem vários outros livros com a mesma temática, que também são acessíveis, mas, por uma questão de mercado, não conseguem alcançar o público. Fica aí essa pensata pra gente refletir.


De forma geral, achei o livro numa pegada muito cristã. Ela começa a narrativa condenando o suicídio. Depois, faz a mesma coisa ao colocar Atlas sendo salvo pela imagem do anjo na janela. E passa o livro todo tratando Lily como uma virgem, bondosa e salvadora.

Além de botar diversas vezes o dinheiro como vilão no comparativo de Riley (muito rico e malvado) e Atlas (teve um começo de vida humilde e é bonzinho). Ao mesmo tempo em que a autora coloca a trope do CEO e a virgem para atrair leitoras desse nicho. O que dá um ar meio caótico pra história quase perdendo de vista a temática importante.



Oi, Fran aqui, concordo com todos os pontos que a Lu pontuou. Acho que a temática do livro, que é a violência patriarcal/doméstica, é abordada de uma forma muito importante, principalmente pelo alcance da escritora, mas que seus personagens não convencem. Todos eles são muito rasos. Os diálogos não foram críveis para mim, principalmente entre Lily e Riley. Eles pareciam adolescentes, talvez nem adolescentes.


O ponto que mais gostei no livro foram os diários que Lily escreveu na adolescência e o diálogo final com a mãe. Ainda sim, acho a leitura relevante, principalmente se você ler em grupo como foi o nosso caso. Lemos É assim que acaba no Leia Mulheres do mês julho e a reflexão de cada leitor, a troca de experiências foi sensacional.


Dica de outro livro que lemos no grupo e que também aborda o tema da violência patriarcal/doméstica é Hibisco Roxo da Chimamanda Ngozi Adichie. Livro sensacional.


 







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