Lu Days
Talvez eu esteja exagerando ao profetizar que A hipótese do amor, romance da norte americana Ali Hazelwood, seja o livro da década? Pode ser que sim, mas também pode ser que não.
Talvez eu esteja exagerando ao profetizar que A hipótese do amor, romance da norte americana Ali Hazelwood, seja o livro da década? Pode ser que sim, mas também pode ser que não.
O que eu posso realmente afirmar é que A hipótese do amor chegou com o pé na porta da literatura e abalou as estruturas dos leitores de romance românticos. Tudo isso porque a autora consegue, magistralmente, juntar o que o leitor ama com bastante método e transformar essa receita em uma grande explosão da face de nossa realidade.
O livro se passa na atualidade, dentro de um programa de doutorado numa renomada universidade estadunidense. Uma doutoranda precisa se livrar do ex-ficante para que a melhor amiga assuma seu posto, eis que aparece a primeira boca masculina no corredor e a protagonista agarra essa chance. E o resto é história. Com intrigas reais de assédio dentro de universidades, a pressão e exigência profissionais do campo de pesquisa e personagens diversos, o livro é um retrato da vida dos jovens adultos desta geração.
Alguns leitores mais focados nos clássicos ou críticos especializados vão discordar de tudo o que falei no início. Mas é bem verdade que muitas vezes romances contemporâneos não conversam muito bem, nem com o mercado, nem com os leitores mais jovens. Ao contrário de Ali, que consegue fazer esse diálogo e ainda apresentar personagens muito próximos de uma realidade vivida pela primeira vez aqui no Brasil, jovens adultos formados e pesquisadores nas universidades do país.
Ali Hazewood consegue juntar o que o povo gosta, o que a indústria literária quer vender e o espelho de uma geração. Seu livro é marcante porque é jovial, animado e diverso, mas sem deixar a seriedade de assuntos muito latentes no meio acadêmico de fora. Reflexo de uma autora que entende sua realidade e vê o contexto das pessoas ao redor antes de sentar e utilizar as boas e velhas ferramentas que a literatura nos oferece, para criar uma narrativa tão marcante e cativante.
Comments