Lu Days
É hora de destacar nossos criadores diversos e fazer parte da corrente. Portanto, vamos falar (de novo) sobre Assexualidade. Eu, Lu, faço parte da porcentagem brasileira que vive sob o espectro ace.
O mês do orgulho começou e é importante que a gente fale sobre ele e sobre todos os aspectos que tornam junho um momento de sábias discussões sobre o assunto.
Desde o dia 01 as redes tem sido inundadas de todo tipo de conteúdo lgbtqiap+ e isso é ótimo, principalmente quando não vem vinculado com uma forma de enriquecer grandes corporações.
É hora de destacar nossos criadores diversos e fazer parte da corrente. Memes, jogos, mesa de debate e arte, o jeito de falar sobre o mês do orgulho é diferenciado em cada página. E o Ken Pode Ler não pode ficar de fora.
Portanto, vamos falar (de novo) sobre Assexualidade. Eu, Lu, faço parte da porcentagem brasileira que vive sob o espectro ace. O que quer dizer isso? Pessoas Assexuais não sentem ou sentem pouca atração sexual ou romântica por qualquer gênero.
Por ser um espectro ela vai dar conta de várias combinações, como é o caso do termo aroace - pessoas que não sentem atração sexual nem romântica por nenhum gênero. Ou pessoas como eu, que não sentem atração sexual, mas podem sentir atração romântica por qualquer gênero.
Muitas pessoas na comunidade entendem assexualidade como celibato, mas é o total contrário, portanto diminuem nosso lugar com o argumento de que a Igreja nunca foi contra pessoas que não transam e por isso nós estamos dentro da normatividade.
Do outro lado a sociedade capitalista nos aponta como inúteis, já que não reproduzimos novos trabalhadores. Somos chacota por todos os lados. Vistos como ingênuos, puritanos, doentes e seletivos. Hollywood não cansa de fazer comédias sobre nossas vivências explorando o plot do vergonhoso virgem de 30 anos. A esquerda radical generaliza "pessoas que não fazem sexo" e nos comparam à fascistas que propagam ódio na Internet.
Para uma adolescente esse comportamento viciado em pornografia da nossa sociedade pode ser bastante nocivo. Foi o meu caso. Cresci extremamente cheia de raiva, tristeza e confusão. Eu parecia errada perto das experiências sexuais das outras meninas. Cresci acreditando que era rejeitada e que devia me excluir do mundo das pessoas.
Hoje sei o que aconteceu e encontro conforto nisso. Sei que não sou a puritana boba que fizeram eu acreditar que era. Eu só não me interesso em ter as mesmas experiências que as outras pessoas. E tá tudo bem, porque as outras pessoas não terão as mesmas expectativas que eu tenho em relação ao amor.
Então sua personalidade é basicamente ser ace Lu? Sim, com certeza e ainda bem. Em meio a brigas dentro da comunidade e políticos nos chamando de demônios espero que possamos passar um bravo mês do orgulho.
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