Lu Days e Fran Borges
Se você não gosta de clichê caia fora. Tem fake date e enemies to lovers, caramba, o que você quer mais?
O romance se lambuza de clichês e não faz uma bagunça. A autora conseguiu listar tudo o que já vimos em filmes e livros, mas organizar tudo tão direitinho no plot da história que ela criou que chega a dar gosto.
Se você não gosta de clichê caia fora. Estou falando aqui com a galera que ama Taylor Swift, romances do Hugh Grant e doces em formato de coração. É pessoal, esse é para gente.
Acho que, surpreendentemente, a parte que mais amei no livro foi o momento que o casal percebe que se ama, mas faz burrada e se separa por falta de comunicação. Isso me dá calafrios em qualquer romance, mas aqui eu me senti muito bem lendo.
Painter dá mais atenção a amizade quase perdida da protagonista e faz com que a gente morra de tristeza ao ver o interesse amorosa da nossa mocinha dançar com outra ao som da ponte de New Years Day, de Swift. Fala sério “Por favor, não se torne um estranho cuja risada eu reconheceria em qualquer lugar” é covardia demais né?
Amei a construção da protagonista e como a relação dela com a morte da mãe acaba tirando o colorido de sua vida, forçando-a a encontrar maneiras surreais de compensar a sua perca. Também a impedindo de ver a própria essência alegre e romântica, porém justa e batalhadora.
Enfim, a escrita é ótima. A história corre entre os dedos. Tenho algumas críticas a maneira como Painter repete a mesma informação diversas vezes. É um pouco cansativo para quem está lendo. Mas é um detalhe que dá pra passar por cima se você quer embarcar em uma comédia romântica fofa e despretensiosa.
Oi, Fran aqui, Melhor do que nos filmes foi a nossa leitura coletiva da vez escolhida pela Lu (obrigada Lu) e foi uma delícia de leitura. Nós duas amamos. Particularmente falando, eu acho insuportável pessoas que vão ler livros clichês e querem encontrar revolução, se vou ler um clichê eu quero encontrar clichês, mas existem muitas maneiras deles serem abordados.
Alguns autores querem trazer drama excessivo e sensacionalista, outros querem trazer tudo muito raso e alguns, como Lynn Painter, abraçam essa estrutura e pelo fato de fazer isso sem medo desenvolve muito bem a sua história.
Para quem ama romance, esse é um prato cheio. Tem fake date e enemies to lovers, caramba, o que você quer mais? Eu me esbaldei. Lynn consegue construir muito bem a relação dos seus protagonistas e os torna cativantes. Impossível não torcer pelos dois.
A relação dos dois vai evoluindo aos poucos e sem pressa. Liz é aquela garota que ama comédias românticas e com guarda-roupa vintage, Wes o cara que faz de conta que não se importa, mas é educado e charmoso. O deboche é o seu maior charme. Esse fez escola com Darcy e companhia. Aliás, o nome da nossa protagonista é Elizabeth e o sobrenome de Wes é Bennet. Lynn sua safada!
Além do clichê bem desenvolvido, a autora consegue trabalhar muito bem a questão do luto, a perda da mãe em um momento tão importante da vida como a adolescência, o medo que Liz tem de esquecer e acaba evitando que outras pessoas se aproximem, como a madrasta, a melhor amiga e até o próprio Wes.
Foi uma leitura que nos apaixonou e nos deixou muito feliz no final. Antídoto para a tristeza e ressaca literária.
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